Ainda que os protestantes neguem o mérito das boas obras e ensinem que a salvação é totalmente gratuita, que a remissão dos pecados, a adoção na família de Deus e o dom do Espírito Santo são concedidos ao crente, assim como a admissão ao céu, simplesmente com base nos méritos do Senhor Jesus Cristo, ensinam, contudo, que Deus recompensa seu povo por suas obras. Havendo prometido graciosamente, por amor a Cristo, ignorar a imperfeição de seus melhores serviços, eles têm a certeza, com base na promessa de que aquele que dá a um discípulo, mesmo que seja um copo de água fria por ser discípulo, não perderá seu galardão.
As Escrituras ensinam também que a felicidade ou bem-aventurança dos crentes em uma vida futura será maior ou menor em proporção à sua devoção ao serviço de Cristo nesta vida. Os que amam pouco, pouco fazem; e os que pouco fazem, menos desfrutam. O que uma pessoa semear, isso também ceifará. Como as recompensas do céu são dadas sobre a base dos méritos de Cristo, e como ele tem direito de fazer o que quiser com os seus, não haveria injustiça se o ladrão salvo na cruz fosse tão exaltado quanto o apóstolo Paulo. Mas o ensino geral da Escritura é favorável ao ensino de que o homem ceifará o que precisamente semeou; de que Deus recompensará a cada um segundo, ainda que não devido, as suas obras.