Creio que nenhum homem deveria surpreender-se diante do fato de que a idolatria começou na Igreja primitiva, se considerar cuidadosamente a excessiva reverência que a mesma rendia, desde seus começos, aos aspectos exteriores da religião. Creio que nenhum homem imparcial pode ler a linguagem utilizada por quase todos os “Pais” da Igreja com respeito à própria Igreja, aos bispos, ao ministério, ao batismo, à Ceia do Senhor, aos mártires, aos santos mortos, sem dar-se conta da diferença gritante entre sua linguagem e a linguagem da Escritura em relação a essas questões. São atmosferas bem diferentes.
Ao ler os escritos dos “Pais”, percebemos que não estamos mais em terreno santo. Descobrimos que as coisas que na Bíblia são de importância secundária, começam a ser tratadas como essenciais e fundamentais na literatura patrística. Descobrimos que as coisas relacionadas aos sentidos são exaltadas a uma posição que Paulo, Pedro, Tiago e João, falando pelo Espírito Santo, jamais as consideraram. Sim, ao ingressar na literatura patrística, entramos também nos primórdios da idolatria. Detectamos ali as sementes de um gigantesco esquema de idolatria que posteriormente foi formalmente aceito e estabelecido em todos os rincões da cristandade.