Na hora da morte, assim defende uma linha de pensamento, decompõe-se o corpo, mas permanece a alma imortal. Corpo e alma são duas partes distintas, separadas no ser humano. A alma – invisível, imortal – mora no corpo – a parte visível, mortal. O corpo é como uma gaiola em que está preso um passarinho. Na hora da morte, a alma imortal se liberta da prisão e volta para as suas origens.
Segundo outro modo de pensar, ela continua vagando pelo mundo – ‘almas penadas’ – à espera de uma nova encarnação, até conseguir se purificar das contaminações do corpo e alcançar a eternidade.
Qual a concepção que a Bíblia nos apresenta? Para a Bíblia, corpo e alma não são partes distintas que habitam uma na outra, mas são maneiras de descrever o ser humano todo. Corpo é o ser humano que faz algo consigo mesmo ou sofre uma ação. Corpo é o próprio ‘eu’ (1 Coríntios 7:4; 9:27; 13:3) que pode dominar-se a si próprio ou ser dominado por alguém outro. Portanto, nós não temos corpo, nós somos corpo.
Da mesma forma, nós não temos alma, nós somos alma. Alma é a força da vida ou a própria vida (Salmos 6:4; 23:3; Mateus 6:25; 10:28; Romanos 11:3; 2 Coríntios 1:23). Alma é este mesmo eu que tem força de vontade, que procura algo.
Portanto, alma não é uma partezinha imortal no ser humano, mas, na hora da morte, morre a pessoa toda. Porém, essa não é a última palavra. Assim como Deus criou o ser humano do nada, ele cria nova vida na ressurreição.
Para refletir, leia Gênesis 2:7.
Fonte: Jornal Evangélico Luterano, Número 696, junho 2007, p. 11