Um dos grandes problemas do pentecostalismo (e igualmente do seu descendente, o neopentecostalismo) é o culto centralizado no homem.
“Venha receber a sua benção”, “culto da vitória”, “restituição”, “eu decreto a unção de Deus sobre a sua vida”, e outras expressões similares são comuns nos meios pentecostais.
A letra de uma música pentecostal lançada a pouco tempo diz o seguinte: “Restitui, eu quero de volta o que é meu”. Outra canção gospel, bastante conhecida, canta assim no refrão: “Campeão, vencedor… Essa fé que te faz imbatível… Te mostra o teu valor”, num verdadeiro culto ao ego humano. Para citar outro exemplo, um missionário, líder de uma grande denominação brasileira, lançou um livro intitulado “Exija seus direitos”.
Motivada pelas promessas que ouvem dos púlpitos carismáticos, os quais oferecem não o Evangelho, mas bênçãos que qualquer homem não-regenerado desejaria, grande parte das pessoas que procura as igrejas pentecostais vai em busca da satisfação de seus desejos e necessidades pessoais, como curas, bem estar, prosperidade financeira, motivação, experiências místicas, proteção espiritual ou sucesso em qualquer outra área da vida, ao invés de ir para adorar a Deus e serví-lo simplesmente por quem Ele é.
Mas parece que as coisas estão mudando. Uma recente reportagem da revista ISTOÉ sobre O novo retrato da fé no Brasil, aponta que é cada vez mais comum ex-pentecostais aderirem às igrejas protestantes históricas, e apresenta alguns motivos que tem levado a isso. Segue um trecho da matéria:
Em sua dissertação de mestrado sobre as motivações de gênero para o trânsito de pentecostais para igrejas metodistas, defendida na Umesp, a psicóloga Patrícia Cristina da Silva Souza Alves verificou, depois de entrevistar 193 protestantes históricos, que 16,5% eram oriundos de igrejas pentecostais. Essa proporção era de 0,6% (27 vezes menor) em 1998, como consta no artigo “Trânsito religioso no Brasil”, produzido pelos pesquisadores Paula Montero e Ronaldo de Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Para Patrícia, o momento econômico do Brasil, que registra baixos índices de desemprego e ascensão socioeconômica da população, reduz a necessidade da bênção material, um dos principais chamarizes de uma parcela do pentecostalismo. “Por outro lado, desperta o olhar para valores inerentes ao cristianismo, como a ética e a moral cristã, bastante difundidas entre os protestantes históricos”, afirma.
Em busca desses valores, o serralheiro paraibano Marcos Aurélio Barbosa, 37 anos, passou a frequentar a Igreja Metodista há um ano e meio. Segundo ele, nela o culto é ofertado a Deus e não aos fiéis, como acontecia na pentecostal Assembléia de Deus, a instituição da qual Barbosa foi devoto por 16 anos, sendo sete como presbítero.
Fonte: Revista ISTOÉ
Se você está cansado do pseudo-evangelho da prosperidade, do “oba-oba” místico e das falsas promessas da confissão positiva, procure uma igreja onde Cristo seja o centro, a Bíblia o único fundamento, o pecado seja confrontado e o Evangelho apresentado com clareza e fidelidade.
Este artigo é o 34º da série Fuja do Pentecostalismo.