Estamos quase chegando ao fim da série Fuja do Pentecostalismo.
Para o artigo de hoje selecionamos algumas frases de advertências severas contra o carismatismo.
Todas são de autoria do professor David J. Engelsma.
Confira as frases:
O pentecostal está sempre se gabando de seus grandes poderes e sempre se regozijando em suas maravilhosas realizações.
Como uma alternativa ou adição à fé, a experiência deve ser renunciada, completamente. Jesus Cristo não nos chama a experimentar ou sentir, mas a crer. O caminho da salvação é a fé, não o sentimento; somos salvos pela fé, não pela experiência; somos salvos pela fé somente, não pela fé e experiência.
Um pentecostal reformado é uma impossibilidade, uma contradição de termos.
A norma da vida e experiência cristã não é o testemunho do próximo sobre o seu último sentimento de êxtase, mas a Sagrada Escritura. Dessa forma, que Deus seja verdade, e todo homem mentiroso.
Deus envia a calamidade do pentecostalismo por uma razão: muitos perdem o primeiro amor.
Sempre, o misticismo surgiu contra o pano de fundo de um declínio na vida espiritual da Igreja, especialmente um declínio para a ortodoxia morta e mundaneidade viva. Nessas circunstâncias, o pentecostalismo seduz o povo com a fascinação de uma vida real, poder dinâmico e sentimento maravilhoso.
O fato que o pentecostalismo não tem nada para contribuir para o crente reformado não implica que Deus não faça uso desse movimento em favor do seu povo. Deus sempre usou heresias para dirigir sua igreja à Palavra, de forma que seu conhecimento da verdade possa crescer e sua fidelidade de vida possa ser renovada. Deus usa o pentecostalismo ao nos mandar de volta à Sagrada Escritura, a fim de examiná-la com respeito ao seu ensino sobre a vida cristã.
É perturbador encontrar literatura pentecostal nos lares do povo reformado, para usar como leitura edificante – Watchman Nee; David Wilkerson; John Osteen; Arthur Wallis; The Full Gospel Businessman’s Voice; e outros. Mesmo que o material possa não ser pentecostal, a leitura e escuta devocional de alguns crentes reformados será prejudicada.
O pentecostalismo não tem nada para contribuir para as igrejas da reforma. Os crentes reformados não podem aprender nada dele. A fé reformada não precisa de nada que o pentecostalismo possa suprir. O pentecostalismo deve ser rejeitado em sua inteireza, como uma religião alheia ao cristianismo reformado. Na circulação sanguínea da igreja reformada, ele é um elemento estranho. Se permanecer ali, sem ser expurgado, será a morte desse corpo como um corpo reformado. [Pergunto: neste sentido, quantas igrejas tradicionais em sua constituição já morreram?]
A igreja reformada deve exatamente nada ao pentecostalismo.
Por causa de seus erros fundamentais com respeito à Palavra, Cristo e a fé; por causa do seu orgulho; por causa do seu falso ecumenismo – um ecumenismo à parte da verdade; por causa da sua doutrina herética de salvação – o ensino do batismo do Espírito Santo; e por causa de seus milagres fraudulentos, o pentecostalismo deve ser rejeitado.
Os fundamentos do pentecostalismo não estão em Calvino, Dort e Westminster, mas em Armínio, Wesley, Finney e no reavivalismo.
A explicação desse orgulho é que o pentecostalismo é uma religião do homem. Ele se centra nos sentimentos e na possessão de poder do homem. Isso atribui ao homem o dever decisivo de realizar as obras que são as condições para o aperfeiçoamento da salvação no batismo do Espírito Santo. Permite ao homem receber revelações extra-bíblicas e obriga a congregação a cumpri-los. Dá ao homem o poder de exercer uma liderança soberana sobre uma congregação, ou sobre uma comunidade de congregações, e governar a vida do povo de acordo com a sua vontade.
O pentecostalismo é arrogante também em sua atitude para com o “mero” crente. O pentecostal é a elite na igreja, o super-santo; todos os outros são cristãos “meramente” convertidos. Essa arrogância não é tanto uma questão de pecado pessoal do pentecostal quanto o é de doutrina pentecostal. O pentecostalismo ensina dois batismos na igreja: o batismo inferior do lavar dos pecados (do qual o sinal é a aplicação da água) e o batismo superior com o Espírito Santo (do qual o sinal inicial são as línguas). Todos os cristãos recebem o primeiro; mas somente alguns recebem o último – os super-santos. Em sua doutrina fundamental, portanto, o pentecostalismo é cismático.
Presbíteros apenas se enganam quando toleram o pentecostalismo dentro da congregação, mas admoestam os membros a “guardar a paz”.
O pentecostalismo é orgulhoso. É arrogante em sua atitude para com a Igreja do passado. Até aproximadamente 1900 d.C., não existia tal coisa como o batismo pentecostal com o Espírito dentro da Igreja. Atanásio e Agostinho não tinham isso. Nem Lutero e Calvino. Os santos reformados da Holanda, que morreram aos milhares sob a perseguição Católica Romana no século 16, também não tinham. Pelo contrário, eles explicitamente repudiavam isso. Agostinho expressa a mente da Igreja do passado: Nos primeiros tempos o Espírito Santo caiu sobre aqueles que creram: e eles falaram em línguas que não tinham estudado, “conforme o Espírito concedia”. Esses foram sinais adaptados ao tempo. Isso foi uma sinalização do Espírito Santo em todas as línguas, e mostrou que o Evangelho de Deus percorreria toda a terra em todas as línguas. Isso foi feito como um sinal e cessou. (“Ten Homilies on the First Epistle of John,” The Nicene and Post-Nicene Fathers, Vol. VII).
O pentecostalismo ensina que o filho de Deus deve ir além de Cristo, para o nível mais alto do Espírito, deve avançar além de “meramente” receber a Cristo pela fé recebendo o Espírito pelo batismo do Espírito Santo.
Um segundo erro fundamental do pentecostalismo é dar ao Espírito Santo o palco central, enquanto relegando Jesus às alas, se não o colocando inteiramente fora de cena. Eles se esforçam para negar isso, assim como Roma esforça-se para negar que o culto à Maria substitui Jesus, mas o fato permanece.
O Espírito recebe a atenção no pentecostalismo. A obra do Espírito, não aquela do Filho, é celebrada e exaltada. O próprio nome pelo qual esse movimento é chamado revela isso: Pentecostalismo – um nome que tem a ver com o Espírito. A Escritura, contudo, dá ao povo de Deus o nome cristão – um nome que tem a ver com o Filho, Jesus.
O pentecostalismo é misticismo, na verdade misticismo enlouquecido.
Essa substituição da Palavra pela experiência identifica o pentecostalismo como um reavivamento da antiga heresia do misticismo: salvação como contato imediato com Deus. As palavras favoritas do pentecostalismo são “experiência,” “poder,” “êxtase” e coisas semelhantes. Isso é o batismo do Espírito deles; essa é a natureza da reunião pentecostal.
O pentecostalismo substituiu a Palavra de Deus na Igreja e na vida do membro da Igreja pela experiência, isto é, sentimento humano. Esse é um dos seus erros básicos. Essencialmente, é um ataque à Palavra, quer substitua a Palavra completamente, empurre a Palavra para o segundo plano, ou coloque a experiência ao lado da Palavra. O movimento dá pouco valor à doutrina e fala com desprezo de ortodoxia. Albert B. Simpson, o famoso pregador pentecostal, expressou a atitude pentecostal para com a sã doutrina, quando chamou seu batismo do Espírito Santo de “o funeral da minha dogmática”. Onde quer que apareça, o pentecostalismo abole os credos. Um dos “dons” que ele restaurou é aquele das revelações especiais dadas diretamente por Deus a certos “profetas”. Isso é a negação da autoridade única e plena suficiência da Escritura – um assassinato da sola scriptura (somente a Escritura). Ouvir e crer na Palavra não é mais a coisa central, mas sim a experiência do batismo do Espírito.
O pentecostalismo é herético em sua doutrina de salvação (batismo do Espírito Santo) e fraudulento em seus milagres.
A Igreja reformada não precisa de milagres. Sua fé é a doutrina dos apóstolos, que a receberam de Jesus. Essa doutrina já foi confirmada por muitos milagres. Ela não precisa de atestação adicional. O único evangelho que requer novos milagres é um novo evangelho.
Cuidado! Não seja ludibriado pelos milagreiros de hoje!
As maravilhas do pentecostalismo, como os milagres de Roma, são fraudulentas.
Da mesma forma, aqueles que insistem sobre milagres hoje devem produzir apóstolos também. Que os pentecostais apresentem seus apóstolos!
Pentecostalismo hoje está atribuindo aos seus líderes poderes que somente os apóstolos possuíram: uma autoridade pessoal e absoluta sobre a igreja, ou comunidade; novas revelações de sua vontade para a igreja da parte de Deus; ensinos extra-bíblicos que são obrigatórios para os santos.
Os milagres eram as credenciais dos apóstolos.
É no mínimo muito estranho que o pentecostalismo, com toda a sua arrogância de restaurar o cristianismo do Novo Testamento, faça das línguas o dom do Espírito, par excellence, atribuindo a ele, tanto na teoria como na prática, uma preeminência que não possuiu nem mesmo nos dias dos apóstolos, e que o pentecostalismo sustente que todo cristão deve possuir esse dom, como se Paulo nunca tivesse escrito: “Falam todos em outras línguas?”
A fé reformada representa o protestantismo – cristianismo bíblico. Como ficará evidente, o padrão pelo qual a fé reformada conduz a análise é a Sagrada Escritura – a regra de fé e prática de todo cristão professo.
É comum os pentecostais insinuarem que críticas ao pentecostalismo é o pecado imperdoável da blasfêmia contra o Espírito Santo. Um reformado não é intimidado por tal tática de amedrontamento. Mais de uma vez na história da Igreja, falsos mestres tentaram ganhar recepção na Igreja apelando ao Espírito. Um exemplo sobressalente é a aparição de fanáticos no tempo da Reforma Protestante do século 16, que perturbaram os luteranos em Wittenberg. Esses eram “profetas celestiais” e “entusiastas,” que alegavam receber revelações especiais do Espírito e realizar milagres. Eles atemorizaram Melanchthon, mas não Lutero. Quando gritavam, “O Espírito, o Espírito”, Lutero replicava, “eu esbofeteio seu espírito no focinho.”
As doutrinas básicas do movimento carismático são doutrinas falsas, e a religião carismática é uma inimiga da fé reformada, e, portanto, do protestantismo histórico.
O protestantismo precisa de um inflexível “Não” ao movimento carismático e um fervoroso “Sim” à fé e vida reformada tradicional.
Fragmentos do texto: Provai os Espíritos – Uma Análise Reformada do Pentecostalismo
Traduzido por Felipe Sabino, site Monergismo.