Esboço
I. Todo ser humano é pecador
– Os judeus estão livres da condenação pelas vantagens que possuem?
– Quais as evidências de que todos são pecadores?
– Devemos pecar mais para que Deus seja mais glorificado em julgar nossos pecados?
– Deus é injusto por aplicar a sua ira contra nós?
II. Justificação pela fé
– As obras da lei.
– A justiça de Deus manisfestada em Jesus Cristo.
Nos primeiros capítulos, Paulo fala sobre a condenação e conclui que todos, seja judeu ou não, nascem merecedores da morte eterna! Nesse capítulo, ele tira qualquer esperança humana de salvação.
I. Todo ser humano é pecador
a) Os judeus estão livres da condenação pelas vantagens que possuem?
A resposta é NÃO. Os judeus tem muitas vantagens em relação aos outros povos. Pois, em primeiro lugar Deus confiou-lhes suas leis (para que pudesse conhecer e fazer sua vontade) (vs. 2). Em segundo lugar, mesmo que alguns judeus quebraram suas promessas a Deus, isso não significa que Deus quebrará suas promessas àqueles que O amam. Ele sempre permanece fiel (vs.3)! Ainda que todos sejam mentirosos, Deus não é (vs. 4a).
Mas, todas essas vantagens não os livram da condenação. Pois, todos os homens são igualmente pecadores, quer sejam judeus ou não (vs. 9). “A condenação de Deus cai pesadamente sobre os judeus, visto eles serem responsáveis pela guarda das leis divinas, em vez de fazerem essas coisas más. Nenhum deles tem desculpa; de fato, o mundo inteiro sente-se culpado e fica mudo diante do Deus Todo-Poderoso.” (vs. 19) 2.
b) Quais as evidências de que todos são pecadores?
“Não há justo, nem um sequer” (vs. 10): Ninguém pode ser justificado de seus pecados pelas suas próprias obras. Não podemos fazer nada para merecer a salvação.
“Não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há um sequer” (vs. 11 e 12): Esse “bem” não está relacionado às boas obras.
Vejamos:
“O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” (Sl 14:1-3)
Somente os salvos podem buscar a Deus com entendimento. Mesmo assim, não deixamos de ser pecadores e nem passamos a sermos merecedores da salvação. “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque.” (Ec 7:20).
“A garganta deles é sepulcro aberto” (vs. 13): O ser humano, por natureza, fala mentiras. E no seu íntimo encontramos o que não agrada a Deus.
“Meus inimigos são incapazes de falar a verdade; em suas mentes só há lugar para a maldade. Quando falam é possível sentir o mau cheiro do pecado e da morte. Fazem elogios mentirosos para conseguirem realizar seus planos maus.” (Sl 5:9) 2
“São os seus pés velozes para derramar sangue” (vs. 15): Temos sempre a tendência de fazermos as coisas erradas. Buscamos o caminho mais “fácil”!
“Não há temor de Deus” (vs. 18): Essa é a origem dos pecados mencionados nos itens I e II. A falta do temor a Deus é uma característica da natureza humana, como podemos ler abaixo:
“O pecado fala ao perverso lá no fundo do seu coração. O perverso não aprende a temer a Deus. Ele se julga muito importante e pensa que Deus não descobrirá o seu pecado e não o condenará. A conversa dele é má e cheia de mentiras; ele não tem juízo e não quer fazer o bem. Deitado na sua cama, ele planeja maldades. Ele anda por caminhos que não são bons e nunca rejeita as coisas más.” (Sl 36:1)
Resumindo essas acusações 1:
Um estado pecaminoso em geral (vs. 10-12)
Práticas pecaminosas por meio de palavras (vs. 13-14)
Práticas pecaminosas por meio de ações (vs. 15-17)
Todos esses pecados têm uma origem pecaminosa: os homens não têm temor de Deus diante dos seus olhos (vs. 18)
c) Devemos pecar mais para que Deus seja mais glorificado em julgar nossos pecados?
A resposta é NÃO. Os que fazem isso, abusam da graça!!! Isso só revela a natureza pecaminosa do ser humano. Paulo responde: “De maneira nenhuma”! Os que dizem: “Façamos males para que venham bens” merecem a condenação de Deus!
“Ele não me poderia julgar e condenar-me como pecador, se minha desonestidade Lhe trouxesse glória, mostrando sua honestidade em contraste com minhas mentiras” 2 (vs. 7).
Alguns judeus alegavam que Paulo ensinava isso, mas é mentira (vs. 8). Esse assunto, nos lembra do famoso jeitinho brasileiro: “Os fins justificam os meios!”, “Às vezes é necessário mentir para fazer o bem!”, etc. Essas práticas e pensamentos são reprováveis por Deus, e os que praticam isso merecem a condenação.
d) Deus é injusto por aplicar a sua ira contra nós?
A resposta é NÃO. O salário do pecado é a morte. Como todos nós nascemos com uma natureza pecaminosa, portanto MERECEMOS a justiça de Deus, a sua IRA.
II. Justificação pela fé
a) As obras da lei
Os versos 19-20, Paulo conclui que a lei nos traz o pleno conhecimento do pecado, e que ninguém será justificado diante de Deus cumprindo as obras da lei. Tudo o que fazemos para Deus é imperfeito e contaminado pelo pecado. Ele só aceita as obras da lei, para a justificação definitiva dos nossos pecados, se realizadas por alguém sem pecado!
b) A justiça de Deus manisfestada em Jesus Cristo
Nos versículos seguintes a justiça de Deus é revelada em Jesus Cristo, anteriormente testemunhada pela lei e pelos profetas (o Antigo Testamento, que contêm as profecias sobre o Cristo).
A sua justiça é mediante a fé em Jesus, para todos e sobre todos os que crêem; sem distinção (sendo judeu ou não, “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” – vs. 22), somente a fé em Jesus nos dá condições de sermos justificados em definitivo de todos os nossos pecados (passado, presente e futuro).
Quando cremos no Filho de Deus, automaticamente somos “justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” – vs. 24. Deus é “justo e justificador daquele que tem fé em Jesus”– vs 26b. Por isso, não podemos ser arrogantes achando que podemos fazer alguma coisa para ganharmos a salvação. A salvação é de graça, o preço foi pago pelas obras de Jesus, o único que não teve pecado depois da queda de Adão. Se verdadeiramente fomos salvos, continuaremos crendo em Jesus até o fim!
“Então, de que podemos nos gabar com respeito a fazermos alguma coisa para ganharmos a nossa salvação? Absolutamente de nada. Por quê? Porque a nossa absolvição não está baseada em nossas boas obras; está, sim, baseada naquilo que Cristo fez e na fé que temos nele” 2 (vs. 27).
Paulo finaliza o capítulo lembrando que Deus é único. Sendo judeu ou não, somente a fé em Cristo tem o poder de salvar! Ele diz que a lei não é anulada pela fé. Mas, é confirmada pela fé. Por quê? Porque cremos pela fé que as obras da lei foram compridas em sua totalidade por Cristo. Isso garante, em definitivo, a nossa justificação e salvação.
Notas:
1. Champlin, R.N. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Volume 3, p.613.
2. Bíblia VIVA.
Obs.: Estudamos utilizando a Bíblia na versão Almeida Revista e Atualizada.
Fonte: Justificação pela Fé