É uma arte, pois depreende grande demanda intelectual a fim de desconstruir a ideia alheia.
É uma arte, pois exige preparação técnica, argumentatória e amplo conhecimento das mais diferentes academias.
É uma arte, pois requer do refutante um espírito sereno, capaz de raciocinar com clareza mesmo diante do mais intrigante sofisma.
É uma arte, pois além de se fazer necessário ter o correto entendimento do que se quer refutar – fazendo assim com que o refutante batalhe contra aquilo que entendeu por parte do oponente – é necessário desmembrar a tese levantada, com o intuito de mostrar que o próprio argumento levantado pelo oponente muitas vezes é, em si mesmo, contraditório ou iniciado já com falácias.
É uma arte, pois exige a comprovação mediante meios de raciocínios não pensados anteriormente pelo refutado – o que eleva ainda mais a arte, haja vista ter de se imaginar algo ainda não pensado.
É uma arte, pois muitas vezes os sentimentos de não querer magoar o próximo tentarão falar mais alto que a sabedoria – sendo necessária a separação entre verdade e amizade.
É uma arte, pois não basta a não-concordância para com a tese, é necessário que tal ideia seja destruída e no lugar dela seja construído algo diferente – não podendo deixar o espaço vago – tornando ainda mais difícil a empreitada, dado às dificuldades de se preencher a lacuna existente.
É uma arte, pois é mister que o refutante conheça os métodos de interpretação, tais como: sociológico, teleológico, lógico, gramatical, histórico, sistemático e ainda outros.
É uma arte, pois o oponente não deve sair do debate sem ter entendido que seu paradigma é falso, necessitando por parte do refutante uma alta dose de sinônimos, exemplos e explicações perspicazes.
Por esses e outros motivos, refutar é uma arte.
Fonte: 2 Timóteo 3:16