Existe muito crente para quem esse estado de coisas é demasiado e gravemente doloroso. Assume um modo de pensar desesperador, passa a se olhar interiormente com frequência, e tanto sua corrupção íntima quantas atitudes externas causam-lhe inquietude e alarme incessantes. Na verdade, como existe algo de bom nisso, quem o condenará? Ao mesmo tempo, porém, o equilíbrio sagrado da alma deve ser preservado.
Se minhas deficiências são reais, igualmente real é a retidão perfeita de Jesus Cristo, na qual todo fiel deve sempre se apoiar. Minhas orações são imperfeitas? Ah, sim, mas perfeitas e prevalecentes são as orações e as intercessões do meu grande Advogado diante do trono de Deus. Estou corrompido pelo pecado e mereço ser rejeitado? É verdade; mas é verdade também que em Cristo não há pecado, e seus méritos eternos têm o maior valor para o nosso sempre abençoado Pai e me protegem sempre, pois Ele, meu Representante e minha Garantia, coloca-se continuamente em minha defesa ante o divino trono. Por mim mesmo, sou indigno, mas sou aceito por Deus Pai no Filho Amado.
“Sou pecador?”; “Sim…”, há de concordar o fiel, acrescentando, no entanto: “…. Mas perdoado e aceito”. Igualmente certo é que somos belos, sim, belos aos olhos de Deus; para Ele, somos sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante (Ef 5:27). Como Deus nos vê em Cristo Jesus, não contempla a iniquidade em nós. Cristo removeu nossas manchas e nos fez ser belos em sua beleza. Por isso, Deus só vê o que é agradável em nós. Cristo nos confere sua própria beleza, pronto que está para vir sempre a nós com sua sabedoria, retidão, santificação e redenção.
Tudo de que precisamos está em Cristo. Nossa situação é segura Nele; eis por que o amor do Pai para conosco nos alcança sem nenhuma restrição e a qualquer tempo, apesar das nossas falhas e faltas, mediante a perfeita aceitação do Amado no Pai.