Nós devemos aprender a ver nossa morte com a luz correta, de forma que não fiquemos alarmados por causa dela, como o descrente faz; porque em Cristo ela não é de fato morte, mas um fino, doce e breve sono, que nos traz libertação deste vale de lágrimas, do pecado e do temor e extremidade da verdadeira morte e de todos os desfortúnios desta vida, e nós devemos estar seguros e sem cuidado, descansando docemente e gentilmente por um breve momento, como em um sofá, até o tempo quando ele nos chamar e nos acordar juntamente com todos seus queridos filhos para sua eterna glória e gozo.
Pois já que nós o chamamos de sono, nós sabemos que não ficaremos nele, mas seremos novamente acordados e vivificados, e que o tempo durante o qual dormimos, não parecerá mais longo do que se nós tivéssemos apenas caído no sono.
Daí nós devemos nos censurar por estarmos surpresos ou alarmados com tal sono na hora da morte, e de repente formos revividos da cova e da decomposição, e inteiramente bem, novo, com uma pura, clara e glorificada vida, encontrarmos nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nas nuvens.