Quando a Escritura fala de viver e andar por fé, não por vista, quer dizer tão somente que temos de ser regidos pelo respeito às realidades eternas, os objetos invisíveis da fé, e não pelo respeito às coisas temporais, visíveis; devemos crer nas coisas reveladas, que jamais vimos com os olhos físicos; viver pela fé na promessa das bênçãos futuras, sem, contudo, ver nem usufruir os benefícios prometidos nem saber como podem ser cumpridos.
A Escritura desconhece qualquer tipo de fé em Cristo, operada por Deus, que não se alicerce na visão espiritual de Cristo. A fé em Cristo que vem acompanhada do direito à vida eterna consiste em “ver o Filho e crer Nele” (João 6:40). A verdadeira fé em Cristo jamais é exercida além do ponto em que a pessoa contempla como em “um espelho a glória do Senhor” e tem “o conhecimento da glória de Deus na face de Cristo” (2 Coríntios 3:18; 4:6). Aquele em cujo entendimento não resplandeceu “a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4:4) não pode crer. Essa fé, destituída de luz espiritual, não é a fé dos filhos da luz e do dia, mas a presunção dos filhos das trevas.