Uma comissão de jovens está organizando o evento “Jesus: Amor, Diversidade e Empatia Radical”.
Tema principal: “Resignificando o Evangelho à luz da vivência contemporânea”.
Tá todo mundo com caderno, caneta colorida, frases em inglês e filtro no Instagram.
Aí chega o crente reformado, tranquilão, com um moletom escrito Sola Scriptura e um copo de café preto.
O líder do grupo pergunta:
— Irmão, sobre o quê você quer pregar na nossa conferência?
O reformado responde:
— Quero falar sobre Romanos 1, Efésios 2 e Apocalipse 19, abordando a ira justa de Deus, a regeneração pela graça e a volta triunfal de Cristo.
A menina do marketing engasga com o matcha latte.
Outro comenta:
— Mas irmão, a gente tá buscando uma pegada mais leve, mais… amorosa, sabe?
— Então tá certo — diz o reformado — porque “Deus disciplina a quem ama”, né?
O mediador tenta contornar:
— A gente pensou em algo tipo “Jesus te entende e acolhe sem julgamentos”.
— Isso não é Jesus — diz o reformado. — Isso é um psicólogo manso com barba.
Aí o líder apela:
— Mas a gente quer desconstruir as opressões religiosas…
O reformado sorri com um brilho nos olhos e responde:
— Então eu preciso pregar mesmo. Eu trago um sermão que desconstrói tudo: o ego, a justiça própria, o relativismo e o pecado. Vai ser pancada santa com final em glória!
Silêncio…
A menina do design diz baixinho:
— Acho que a gente vai chamar o coach gospel mesmo.